Smiles toma prejuízo de R$ 400 mil no 2° trimestre

O setor de turismo, sem sombra de dúvidas, foi um dos mais abalados pelos impactos do coronavírus e a Smiles (SMLS3), companhia que administra o sistema de milhas da Gol (GOLL4) e aéreas parceiras, não foi uma exceção.
A empresa reportou no 2° trimestre de 2020 um prejuízo líquido de R$ 400 mil. Se comparado ao mesmo período do ano passado, observa-se um tombo de 100,3%, quando a companhia havia tido um lucro de R$ 155,7 milhões.
No 1° trimestre, a Smiles ainda havia obtido um lucro de R$ 56,3 milhões, mas com agravamento da pandemia no Brasil nos meses seguintes, a empresa teve de se ajustar ao “ao novo normal”.
Segundo os dados divulgados, a receita líquida mingou para R$ 56,5 milhões, de R$ 278 milhões no ano anterior, o que corresponde a baixa de 79,6%.
O Ebitida, índice de referência para acompanhar a atividade operacional, teve uma contração de 107% em relação à marca obtida no 1° trimestre, ao totalizar um saldo negativo de R$ 6,2 milhões e um positivo de R$ 86 milhões, respectivamente.
A mensagem da administração enfatiza a resiliência da companhia em meio a um cenário tão desafiador. “Viajar significa ter mobilidade, contar com a liberdade de ir a qualquer lugar, em qualquer tempo. O novo coronavírus tornou isso, temporariamente, mais difícil”, nas palavras da equipe.
Dados de julho prenunciam retomada
Simultaneamente a divulgação do balanço do 2° trimestre, a Smiles revela os números parciais de suas operações no mês de julho. A comparação dos números se dá com o mesmo mês em 2019.
Segundo a empresa, houve um crescimento de 35 pontos percentuais (p.p.) na venda bruta de bilhetes, além de uma alta de 28 p.p. no cadastro de novos clientes.
Outro salto animador ocorreu na receita de milhas resgatas, que despontaram 35 p.p. no período. Já o faturamento total da Smiles subiu 10 p.p., o que indica uma retomada a partir do 3° trimestre de 2020.
Acordo de R$ 1,2 bilhão com a Gol
O conselho de administração da Smiles(SMLS3) aprovou a convocação de uma assembleia geral extraordinária de acionistas a ser realizada em 20 de agosto.
Trata-se de uma pequena vitória dos acionistas minoritários, que questionam a última transação da empresa com a sua controladora, a Gol (GOLL4).
Os minoritários contestam os termos da venda antecipada de passagens pela Smiles à Gol, realizada no mês passado.
O negócio foi fechado por R$ 1,2 bilhão, mas os minoritários desejam anulá-lo, alegando que os diretores da Smiles excederam seu poder e celebraram um contrato injusto (não comutativo e não equitativo).
Por isso, esse grupo de acionistas exige que a Gol indenize a empresa de programas de fidelidade em R$ 426 milhões.
A companhia aérea também deveria ressarcir a Smiles em R$ 15 milhões pelas despesas com a assessoria financeira e jurídica referente à reorganização societária.
Money Times